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Uma jovem parisiense no fim do séc. XVIII e o gosto pela Matemática

  • Foto do escritor: cagelm
    cagelm
  • 26 de mai. de 2016
  • 2 min de leitura


Uma jovem parisiense, nascida em 1776. Pertencente a uma família bem conceituada, muito cedo se interessou pela matemática, devido ter lido a vida, obra e morte de Arquimedes, que enquanto resolvia problemas matemáticos na área foi morto por um soldado romano. Isso fascinou Germain de tal maneira que ela passou a estudar matemática. No entanto, ela foi logo proibida pelos pais de se dedicar a ciência, o que foi inútil porque a jovem, às escondidas em seu quarto, devorava todos os livros matemáticos que conseguia obter na biblioteca de seu pai e em outras fontes.

Impedida, por ser mulher, de cursar a École Polytechnique, ela assistia as aulas do lado de fora, ouvindo pelas janelas e portas entreabertas as explicações que os professores davam aos rapazes. (GARBI, 2007, p. 421, grifo nosso). Mesmo com todas as imposições dos pais e sociedade Sophie não desistiu da matemática, tornou-se autodidata e conseguindo algumas notas de aulas de alguns rapazes que compreendiam a situação da moça, entre elas algumas de Lagrange a quem ela escreveu com pseudônimo masculino.

De acordo com Morais Filho (1996c.) [...] sob o pseudônimo de M. Le Blanc, Sophie submeteu a Lagrange umas notas que tinha escrito sobre Análise. Lagrange ficou tão impressionado com o artigo que procurou conhecer seu autor. Após descobrir a sua verdadeira autoria, tornou-se a partir daí seu mentor matemático. Mais tarde Lagrange passou a ser seu mestre. Sophie comunicou-se com vários cientistas de sua época, sempre como M. Le Blanc, podemos citar como exemplo Gauss, com quem manteve contato por muito tempo, quando enfim sua identidade foi revelada e com medo de não mais ser correspondida por Gauss escreveu-lhe pedindo desculpas ao passo que ele gentilmente disse que tinha ficado espantado com a metamorfose de M. Leblanc em Sophie Germain. O gosto pelas ciências abstratas em geral e, acima de tudo, pelos mistérios dos números, é muito raro [...] Mas quando uma mulher, devido a seu sexo, a nossos costumes e a nossos preconceitos, encontra infinitamente mais obstáculos do que os homens em familiarizar-se com seus intricados problemas e, ainda assim, supera tais barreiras e desvenda àquilo que está mais escondido, ela sem dúvida tem a mais nobre coragem, extraordinário talento e gênio superior. (GARBI, 2007).

Após ter a identidade revelada Sophie Germain pode exercer sua carreira sem maiores problemas, sendo aceita por colegas e deixou uma vasta obra nas áreas de: Álgebra, Teoria dos Números e Geometria Diferencial. Recebeu o primeiro título Doutor Honoris Causa, concedido a uma mulher, por indicação de Gauss. Faleceu aos 55 anos de idade sem nunca ter se encontrado pessoalmente com Gauss.

Fonte: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL” Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5


 
 
 

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